PELAÍ

O Liberalismo de Estado que gera o Capitalismo sem Risco, duas maravilhosas invenções brasileiras ao lado do presidencialismo de coalizão ou, mais claramente, presidencialismo parlamentarista, funciona assim:
O governo anuncia que nós, eu, você, nós dois e nós todos, além dos bilhões subsidiados para o agro, vamos bancar mais 300.000.000.000 trezentos bilhões de reais para a indústria.
Ou seja, esta conta deve chegar ao trilhão somados os subsídios que estamos pagando para estes dois setores…
Aí as reações continuam sendo de que o Estado tem que ser mínimo, que não sabe gerir, etc. e tal.
Os liberais escrevendo no jornal que isso é política velha… instrumento errado.
Eu sugiro, então, o seguinte: cancelem todos os subsídios e créditos privilegiados para estes dois setores, que passam a viver (e investir!!!) com recursos e risco próprios. Bem atual e bem moderno. Não sei onde, mas é o que ouço pelaí.

Valter Caldana

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APRENDIZADO

A tramitação da revisão do Plano Diretor e do Zoneamento de São Paulo foi um enorme seteaum para a cidade contemporânea e seu futuro em Piratininga.
Como em 2014, ano da Copa e da promulgação do PDE, neste processo atual se perdeu a enorme oportunidade de se festejar conquistas e consolidar avanços.
Na vida real, o futebol, de pouco adiantou a surra na Copa. Ela não levou a mudanças de conceitos, paradigmas, processos, projetos ou ações.
O mesmo aconteceu no processo atual. Insistindo numa estratégia tão envelhecida quanto o proprio zoneamento e empregando uma tática pueril, só restou, no último minuto, apelar para o VAR e, depois do jogo, apelar na federação.
Ufa, vetou! Alívio!
Mas, é bom perceber que Alemanha foi campeã, jogando com a camisa do Flamengo.
Espero que na bolha, a mesma que propôs e conseguiu o adiamento da revisão do PDE lá atrás e que agora, na saída. depois de todas as derrotas na caminhada, alçou o prefeito à condição de artilheiro, seja melhor o aprendizado.

Valter Caldana

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VETA

Tenho a impressão que, seja por motivos eleitorais ou não, desde a morte do jovem prefeito Bruno Covas seu vice não vive uma semana de acertos tão importantes quanto esta.
Acertou na travessia da represa para transporte público, acertou no avanço com o Casa Paulista, colocando mais ovos em mais cestas, acertou na desapropriação de vastas áreas particulares necessárias à proteção e ao futuro ambiental da cidade, acalmando proprietários e desacelerando ímpetos desmatadores.
Muito bom!
Para ficar ótimo, ele poderia aproveitar o entusiasmo pelo gostinho do acerto e VETAR, democraticamente, as inserções bem problemáticas presentes na Lei de Zoneamento, em especial o desmonte da área do Patrimônio Histórico e os “passa boi” na área ambiental.
VETA PREFEITO, VETA!!!

Valter Caldana

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VENDEU

Vivemos em uma cidade cuja prioridade das últimas administrações tem sido sua venda.
Parafraseando uma famosa loja de doces, temos no mercado uma cidade aos pedaços.
Tudo se pode e deve vender.
De terrenos com valores estratégicos incalculáveis e irrecuperáveis como o Campo de Marte e o Anhembi à imaterialidades como a nossa História, nossa brio e nossa honradez, através da venda do nome de logradouros, edifícios e equipamentos públicos. Isto, passando pela venda das vagas de estacionamento na incompreensível regra do ‘$ por cada’.
Não vai aqui uma queixa, apenas uma constatação. Esta é a visão hegemônica entre os que mandam e a opção das maiorias que os elegem.
Este preâmbulo todo serve apenas para introduzir um assunto e uma pergunta, cuja resposta talvez esteja no portal da transparência e, me desculpando antecipadamente, confesso que não consultei.
Quanto a prefeitura está recebendo pelo aluguel de parte significativa da praça Charles Miller para abrigar o canteiro de obras ali instalado?
Ou vendeu?

Valter Caldana

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SABER

Uma das maiores críticas que nós, a gente ‘do meio’ fazemos a boca não tão miúda aos órgãos de preservação do patrimônio é que de quando em quando eles se comportam como semi deuses plenisapientes (contém ironia).
Depois que os vereadores resolveram usurpar este papel e se investiram desta capacidade, a de tudo saber, assumindo as funções do Conoresp, sem ironia, tudo mudou.
Vejamos as assinaturas para instalar a CPI do Padre.
Preliminarmente, vale lembrar que o Padre Julio além de um incansável evangelista, é um hábil articulador e um grande distribuidor.
Distribui carinho, afeto, solidariedade e alimento para o povo de rua e ao mesmo tempo distribui indulgência (plenária?) para uma parcela ruidosa da classe média (onde me incluo, antes que eu acabe apanhando à toa), empresários e políticos.
Por isso eu não entendi bem esta CPI, que é em si um instrumento político importante.
Ela pretende investigar (a) o povo de rua; (b) investigar por que existe o povo de rua; (c) investigar por que aumentou absurdamente a quantidade de gente na rua; (d) os efeitos urbanísticos e econômicos da presença ostensiva e indisfarçável do povo de rua no centro; (e) os efeitos desta presença na psiquê da classe média; (f) os efeitos da atuação do Padre e das outras ONGs na classe média e ali indulgidos (ou indultados?); (g) investigar as várias igrejas de vários credos e denominações que atuam na região; (h) as ONGs que atuam na região(e que vai virar a cidade toda, sendo que algumas são internacionais); (i) a ONG onde atua o padre Júlio (que não é uma ONG, é uma pastoral); (j) ou, ainda, pretende investigar o Padre Júlio; (k) investigar o Cardeal e a Cúria Metropolitana; (l) a Igreja Católica; (m) ou, quem sabe, o Papa, que andou telefonando para o Padre e é o capo da coisa toda?
Com a palavra os vereadores que assinaram o requerimento.
Eu, de minha parte, só sei de uma coisa.
CPI se sabe como e onde começa, mas não se sabe onde termina. Eles deveriam saber…

Valter Caldana

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