MATAR A MÃE

O liberalismo brasileiro.
De Estado, sem risco e meio suicida.
Estou assistindo um bom programa na TV Câmara sobre mobilidade urbana e lendo os jornais do dia.
Entre “o governo tem que financiar calçadas, tem que financiar transporte, tem que pagar ponto de ônibus até o novo programa de financiamento da indústria, do agro, do mercado financeiro, salvar a Gol e, de quebra, dar uma ajudinha para a Latam, e ainda pagar os ‘prejuízos’ das empresas que compraram as ferrovias e o metrô (com boa parte de dinheiro ou fiança públicos) contei mais de 20 fontes de despesa e dependência do Estado em poucos minutos.
Este mesmo Estado que jornalões e políticos insistem em dizer que tem que ser mínimo e desmontado e os eleitores tem confirmado.
Volto sempre à mesma pergunta.
Como o Estado mínimo vai financiar tantos dependentes? Do que esta turma vai viver?
Será que não seria mais lógico primeiro desmamar para só depois matar a mãe?
PS. – o Benny da UnB deu um show no programa da TV Câmara.

Valter Caldana

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PELAÍ

O Liberalismo de Estado que gera o Capitalismo sem Risco, duas maravilhosas invenções brasileiras ao lado do presidencialismo de coalizão ou, mais claramente, presidencialismo parlamentarista, funciona assim:
O governo anuncia que nós, eu, você, nós dois e nós todos, além dos bilhões subsidiados para o agro, vamos bancar mais 300.000.000.000 trezentos bilhões de reais para a indústria.
Ou seja, esta conta deve chegar ao trilhão somados os subsídios que estamos pagando para estes dois setores…
Aí as reações continuam sendo de que o Estado tem que ser mínimo, que não sabe gerir, etc. e tal.
Os liberais escrevendo no jornal que isso é política velha… instrumento errado.
Eu sugiro, então, o seguinte: cancelem todos os subsídios e créditos privilegiados para estes dois setores, que passam a viver (e investir!!!) com recursos e risco próprios. Bem atual e bem moderno. Não sei onde, mas é o que ouço pelaí.

Valter Caldana

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APRENDIZADO

A tramitação da revisão do Plano Diretor e do Zoneamento de São Paulo foi um enorme seteaum para a cidade contemporânea e seu futuro em Piratininga.
Como em 2014, ano da Copa e da promulgação do PDE, neste processo atual se perdeu a enorme oportunidade de se festejar conquistas e consolidar avanços.
Na vida real, o futebol, de pouco adiantou a surra na Copa. Ela não levou a mudanças de conceitos, paradigmas, processos, projetos ou ações.
O mesmo aconteceu no processo atual. Insistindo numa estratégia tão envelhecida quanto o proprio zoneamento e empregando uma tática pueril, só restou, no último minuto, apelar para o VAR e, depois do jogo, apelar na federação.
Ufa, vetou! Alívio!
Mas, é bom perceber que Alemanha foi campeã, jogando com a camisa do Flamengo.
Espero que na bolha, a mesma que propôs e conseguiu o adiamento da revisão do PDE lá atrás e que agora, na saída. depois de todas as derrotas na caminhada, alçou o prefeito à condição de artilheiro, seja melhor o aprendizado.

Valter Caldana

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VETA

Tenho a impressão que, seja por motivos eleitorais ou não, desde a morte do jovem prefeito Bruno Covas seu vice não vive uma semana de acertos tão importantes quanto esta.
Acertou na travessia da represa para transporte público, acertou no avanço com o Casa Paulista, colocando mais ovos em mais cestas, acertou na desapropriação de vastas áreas particulares necessárias à proteção e ao futuro ambiental da cidade, acalmando proprietários e desacelerando ímpetos desmatadores.
Muito bom!
Para ficar ótimo, ele poderia aproveitar o entusiasmo pelo gostinho do acerto e VETAR, democraticamente, as inserções bem problemáticas presentes na Lei de Zoneamento, em especial o desmonte da área do Patrimônio Histórico e os “passa boi” na área ambiental.
VETA PREFEITO, VETA!!!

Valter Caldana

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VENDEU

Vivemos em uma cidade cuja prioridade das últimas administrações tem sido sua venda.
Parafraseando uma famosa loja de doces, temos no mercado uma cidade aos pedaços.
Tudo se pode e deve vender.
De terrenos com valores estratégicos incalculáveis e irrecuperáveis como o Campo de Marte e o Anhembi à imaterialidades como a nossa História, nossa brio e nossa honradez, através da venda do nome de logradouros, edifícios e equipamentos públicos. Isto, passando pela venda das vagas de estacionamento na incompreensível regra do ‘$ por cada’.
Não vai aqui uma queixa, apenas uma constatação. Esta é a visão hegemônica entre os que mandam e a opção das maiorias que os elegem.
Este preâmbulo todo serve apenas para introduzir um assunto e uma pergunta, cuja resposta talvez esteja no portal da transparência e, me desculpando antecipadamente, confesso que não consultei.
Quanto a prefeitura está recebendo pelo aluguel de parte significativa da praça Charles Miller para abrigar o canteiro de obras ali instalado?
Ou vendeu?

Valter Caldana

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