ALTA

É muito chato acompanhar as distorções deliberadas provocadas pelos discursos do poder (que fique claro, não estou falando de governo, estou falando de poder).

A dívida pública brasileira, por exemplo, que o poder insiste em dizer que é muito alta… ela não é muito alta se comparada a boa parte dos países semelhantes e alguns bem maiores que o Brasil.
Ela não é alta, ela é cara! E quem a torna cara? Os que dizem ininterruptamente que ela é alta.
É como confundir altura de prédio com densidade populacional, etc…
Valter Caldana
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ENTENDE

A coisa funciona assim: a Europa assume que está perdendo protagonismo e liderança pois está premida por um Estado forte a leste e um Estado que se torna ainda mais forte e protecionista a oeste.
E, para isso, vai fortalecer seus Estados nacionais numa espécie de Plano Marshall, o supra sumo do estatismo, disputando esta primazia com o new deal.
Já por aqui a cantilena do “delenda Estado, mantenha os privilégios” come solta. Entende?
Valter Caldana
Notícia da BBC:
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FAJUTO

Empresa que explora o serviço público de mobilidade e transporte paga advogados para mototaxistas enfrentarem normas da prefeitura de São Paulo. Num capitalismo saudável, portanto não predatório e acumulador, a empresa deveria propor um modelo de negócio de qualidade e investir em melhorias e capacitação ao invés de investir em artimanhas legais. Vão aqui algumas poucas sugestões: . Treinamento de motociclistas . Treinamento de usuários . Equipamentos de segurança física e sanitária para os passageiros . Restrição de trajetos a áreas especificas da cidade, em especial a última milha, bairros mais distantes dos centros e áreas onde os demais modais tem dificuldade de atendimento. . Controle eletrônico destes trajetos, restringindo-os à assim chamada última milha . Monitoramento eletrônico e online de áreas restritas . Acordos operacionais com os outros modais para inclusão do trajeto final na tarifa única. . Pontos de parada e conforto para motoristas, motociclistas e passageiros . Investimento em veículos especiais, sobretudo triciclos. . Seguros específicos isentando o sistema público de ônus com os acidentes “Ah! Mas isso não está no modelo de negócio. Com tudo isso a operação não dá lucro…” Bom, se para dar lucro o negócio precisa colocar o cidadão em risco, então o negócio não serve!! … Seria o mesm raciocínio permitir às aéreas que façam menos revisões e menos treinamentos para viabilizar o negócio. Só lembrando, o investimento em segurança na aviação que muitos pensam tenha o foco no passageiro, não é. O investimento em segurança é para que os aviões não caiam sobre as cabeças, e as propriedades, bens e patrimônios de quem não está dentro do avião!! Neste caso do mototaxi com garupa andando na cidade, o problema de segurança não é para quem está na garupa. Este poderia ter escolhido não estar la (pensamento liberal). O problema de segurança é para quem não está na moto. Alguém já falou sobre isso com a PM e com a Civil? O que nos falta é sensatez e capitalismo na veia! Este pré capitalismo extrativista e acumulador que nosso liberalismo de Estado nos vende como liberdade empreendedora é bem fajuto.

Valter Caldana

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VACA MIA

Há tempos ouço muita gente comentando, com certo grau de estupefação, que parcela significativa da população de áreas das cidades dominadas pelo crime defendem os criminosos.
Ao lado dos mecanismos de facilitação das transações e aumento da velocidade de circulação da moeda, um dos fatores da equação clássica da inflação, (de depósito à vista e cheque para DOC, de DOC para TED e de TED para PIX) e da facilitação dos registros e declarações (lembrando que nossa declaração do IR é um exemplo notável de qualidade), passando pelo famoso “CPF na nota?”, o controle das autoridades fiscais sobre nós vem aumentando significativamente há décadas. E o cruzamento de dados também.
A curva de ascensão teve um ponto de inflexão com Zélia/Collor, outro grande com a CPMF do Jatene e uma guinada forte no sentido vertical no governo FHC com o aumento vertiginoso da eficiência da receita, fundamental para o sucesso do plano Real. Sem falar do plano salva banco, o PROER, que exigiu em contrapartida depósitos maiores e declarações mais amplas e específicas.
Este episódio do Pix, que de 2.000 reais de patamar de controle possível iria passar a 5.000 reais, ou seja, tornaria menos invasivo o controle sobre a economia miúda, o dia a dia (quem trabalha em obra sabe o quanto esta movimentação miúda é necessária) deveria ter provocado uma reação contrária.
A reação de fato, e a origem da reação, mais uma vez demonstram o que e quem a sociedade apoia e protege e tem como modelo e aspiração. E registra claramente que a formalização e a legalização das atividades econômicas não é opção.
Enfim, este foi mais um exemplo claro de que o fato nunca interessou e nunca interessa. E que já vivemos no mundo onde o gato muge e a vaca mia.

Valter Caldana

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MÉTODO

Outro dia o Maduro falou em anexar um pedaço da Guiana (ou inteira, não lembro), o Nini anexando Gaza, o Wladimir a Ucrânia (parte, me parece) e o Donald o Canadá e o Panamá (partes).
Os motivos explícitos certamente são diferentes, bem diferentes. Os objetivos idem.
Mas o instrumental metodológico é o mesmo, com nuances devidas apenas ao acesso ao fomento e ao volume do financiamento disponível, e os estudos de caso e a bibliografia são praticamente idênticas.
Enfim, como dizia o João Paulo, tudo é uma questão de método!

Valter Caldana

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