FALTA POUCO

Onde há árvores em São Paulo?
De que cidade se está falando?
Se estamos falando da cidade que tem árvores, justamente de modo geral esta cidade é a que tem dinheiro e conhecimento para ter toda sua fiação enterrada e uma política de manutenção da cobertura vegetal impecável.
Política esta que custaria muito menos do que os prejuízos acumulados por esta PPP da irresponsabilidade no setor elétrico paulistano, (que em breve sentiremos na água) apenas nos últimos meses.
Somos uma cidade, a grande, a que não aparece no PDE, etc, que é baixa, dispersa, tem calçamento precário e não tem árvores, é árida…
Árida, impermeável, quente e chuvosa. Novidade?
Valter Caldana
https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/sp1/video/temporal-derruba-mais-de-380-arvores-na-capital-13010939.ghtml?utm_source=facebook&fbclid=IwY2xjawL0lChleHRuA2FlbQIxMQABHkvHxbDDGbFWV8Ese4niwavL8n9ozi72wgNgeHFIla3FTtgco1u6TrshSRD2_aem_s6UMUj7Qpc1KKyqvEfwopA
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INFINITIVO

Neste final de semana nos deixou o Sylvio Sawaya.
Arquiteto e Urbanista, erudito, um intelectual tão brilhante quanto sagaz e generoso. Sabia ser polêmico, mas não gostava muito.
Foi um cidadão ativo, participante. Dirigiu a falecida Emplasa, esteve em lutas políticas, ajudou em toda a preparação da fundação da academia de escolas de língua portuguesa…
Professor falsamente distraído, posto que super atento a seus afazeres e principalmente aos estudantes e seus alunos e alunas, estava sempre atrasado, risos. Nos dizeres de outro mestre querido, com quem ele dividia a disciplina, Sylvio era um gerúndio. Estava sempre chegando.
E chegava, já no meio da aula, para em seguida fazer o brilhante encerramento.
O que mais me admirava é que ele articulava, sintetizava, e dava sentido na sua fala final inclusive ao que havíamos apresentado e falado na metade da aula encontro em que ele não estava! Isto sob o olhar de “de novo” do Miguel e do sorriso maroto de “de novo” em respota do UbIrajara, o terceiro mestre da disciplina.
Quanto a mim, estreando na função de professor voluntário da Pós-graduação stricto sensu pelas mãos destes três, em especial do Sylvio, busquei naqueles dois anos estar à altura da honra que me havia sido oferecida sendo o melhor carregador de livros e preenchidor de listas que poderia haver.
Sylvio foi diretor da faculdade, a FAUUSP, num momento importante de sua história. Havia um desejo de que politicamente o departamento de projeto voltasse à direção da escola, cuidasse da Faustina, e para isso havia a necessidade de um candidato que emanasse respeito intelectual, em especial para dialogar com os outros departamentos. Lá foi ele.
Não se dava lá muito bem com todos, e polemizava bastante com meu orientador querido Joaquim Guedes, outra mente brilhante, e isto me rendeu aprendizados, além de histórias, exemplos e saias justas.
Histórias de saias justas, que pouco se adequam à minha silhueta desde sempre, e de generosidade e honestidade intelectual. Que, como homenagem ao Sylvio, compartilho uma aqui neste texto.
Foi a partir de uma prosaica conversa com o Sylvio, no balcão do bar em frente ao IAB, que desatei o nó górdio de minha tese de doutoramento, aliás tão bem engendrado pelo meu orientador. Nada mais natural, então, que eu o convidasse para integrar minha banca.
Receoso, o convidei. Ele não apenas aceitou, como deu uma aula brilhante em sua arguição, que foi importante para a compreensão do que eu mesmo havia escrito.
E, assim, seguiu marcando minha trajetória, como marcou a trajetória de tante gente nesta nossa área e nosso campo de atuação.
Muito grato, obrigado Sylvio, dos que conheci até hoje, o gerúndio mais infinitivo.

Valter Caldana

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NOVAMENTE

Parece que um novo grupo criminoso organizado vem atuando em São Paulo. Atende pelo nome de A.R.V.O.R.E.S. e exige ser tratado no feminino, para se diferenciar do patriarcalismo imperante no mundo do crime.
Nos últimos dias a Árvores mostrou seu poder de fogo. Provocou um grande black-out e assassinou SETE pessoas inocentes na cidade.
Cumpliciada a um outro grupo de facínoras e marginais, mais antigo, que atua há muito tempo na capital e grande São Paulo, o Enchentes e Alagamentos, ambos grupos se aproveitaram da escuridão provocada pelo primeiro para parar o trânsito, impedir a livre circulação e, então, invadir casas e comércios.
As investigações apontam para a possibilidade de terem também assaltado alguns bancos, ainda não confirmada.
Porém, já está confirmado que atacaram e aniquilaram o bom senso de quem deve satisfações à sociedade e dá declarações sobre a tragédia que se tornou o fornecimento de energia elétrica para a maior cidade do hemisfério sul, uma das cinco maiores do mundo e uma das dez mais importantes do planeta. Notícias dão conta de que há mais pessoas sem energia elétrica em Sao Paulo do que na Flórida.
É o crime organizado atacando novamente.
Valter Caldana

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SABER FAZER

Sobre a novela do piso do centro da cidade (eu, que sou novinho, acompanho há quase trinta anos).
Lá está o registro sintético do que é a nossa governança e gestão. Friso que não estou ne referindo a tal ou qual governo, mas a um modo de pensar e de ser.
O que deveria ter sido apenas manutenção no final do século passado (havia dinheiro para fazer) não foi feito.
Aí, século novo, o tempo passa e nada muda e nada é feito. Mas havia dinheiro.
Continuando a saga, o que era manutenção, por não realizada, se torna uma necessária reforma. Primeiro projeto, havia dinheiro.
Não executado, vem então o segundo projeto de reforma. Havia dinheiro, executam meio quarteirão catastrófico. Para a execução. Ainda bem, mas havia dinheiro.
Tempo passando e nada acontecendo, a sociedade desperta para o tema das pessoas com deficiência e exige, corretamente, que sejam incluídas estas necessidades programáticas na discussão e no projeto. Nada acontece.
Chega-se a um ponto, por inação e inanição, mesmo havendo dinheiro, que nem reforma resolve. Há que se fazer um piso novo. E tem dinheiro.
Vinte e cinco anos já se passaram e se faz o projeto do piso novo. Agora com dinheiro até da iniciativa privada. Nada acontece, mas há muito dinheiro.
Por fim, chegamos ao quinto projetos que, aos olhos de quem sobre ele caminha, é um piso de concreto liso e desempenado, mais ou menos liso e mais ou menos desempenado, num tom triste, que encarde rápido e não tem o menor significado simbólico, histórico, estético, ético e que pretende apagar toda esta história, nos nivelando por baixo. Ao custo, claro, de muito dinheiro.
O piso novo foi feito, num pedacinho. Como da outra vez, a prudência e o bom senso sugerem parar tudo rapidinho… de novo! E existe dinheiro.
Bem, o que a foto da 23 de maio, lá na entrada ds ferradura, tem a ver com a novela do piso do centro.
É simples. Olha a qualidade deste piso!!!
E havia dinheiro. Mas também quem quisesse e soubesse fazer.

Valter Caldana

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ESTARÁ LÁ

A uma semana das eleições municipais as campanhas paulistanas confirmam a segmentação do mercado a que se propuseram desde o início e que foram depurando ao longo do mês.
. Uma candidatura fala com o público dependente de migalhas do poder
. Outra candidatura fala para a periferia
. Outra fala para os idiotas
. Tem uma que fala para o público da tv
. E outra que fala fala para a classe média culpada
. E uma outra candidatura ainda que fala para poucos da classe média revoltada
Se você conseguiu colocar o nome de um candidato ou candidata na frente de cada estereótipo, se lembre que o bom da Democracia é que podemos colocar o nome que quisermos na frente de cada definição acima e vai dar certo!!
Sabe por que?
Porque é o seu nome, o nosso nome que estará lá.

Valter Caldana

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